quinta-feira, 21 de maio de 2009

Melomania: amando a Música Clássica: O Melhor dos Guias de Música

Melomania: amando a Música Clássica: O Melhor dos Guias de Música

EUGENY KISSIN - O ABENÇOADO

"All the hall marks of his genius - and one does not use the word lightly - were on display: the rich, sonorous tone, the dazzling fingerwork and, above all, the inspired fantasy. So compelling is Kissin's pianism, so fresh his response to even the most familiar phrases, that one hangs on every note. The end of the slow movement found me gripping the armrest of my seat, mesmerized by the poetry of his reading." The Times, 10th May 1999

Evgeny Kissin was born in Moscow in October 1971 and began to play by ear and improvise on the piano at the age of two. At six years old, he entered a special school for gifted children, the Moscow Gnessin School of Music, where he was a student of Anna Pavlovna Kantor, who has remained his only teacher. At the age of ten, he made his concerto debut playing Mozart’s Piano Concerto K. 466 and gave his first solo recital in Moscow one year later. He came to international attention in March 1984 when, at the age of twelve, he performed Chopin’s Piano Concertos 1 and 2 in the Great Hall of the Moscow Conservatory with the Moscow State Philharmonic under Dmitri Kitaenko. This concert was recorded live by Melodia, and a two-LP album was released the following year. During the next two years, several Kissin performances in Moscow were recorded live and five more LPs were released by Melodia. (Para mais informações visite seu site oficial.)http://www.kissin.dk/biography.html

KISSIN - LISZT, Sonata em Si m , P.1

KISSIN - LISZT, Sonata em Si m , P.2

KISSIN - LISZT, Sonata em Si m , P.3

KISSIN - LISZT, Sonata em Si m , P.4

KISSIN - CHOPIN, Prelúdios Op.28, P.1

KISSIN - CHOPIN, Prelúdios Op.28, P.2

quarta-feira, 20 de maio de 2009

KISSIN - CHOPIN, Prelúdios Op.28, P.3

terça-feira, 19 de maio de 2009

KISSIN - CHOPIN, Prelúdios Op.28, P.4

BARENBOIM - MOZART - Sonata K 545 em Dó M

BARENBOIM - MOZART - Sonata No.11, K331 - Andante com Variações

BARENBOIM - MOZART - Sonata No.11, K331 - Final - Marcha a la Turca

POGORELICH-MOZART, Sonata K331- Mov.1, P.1

POGORELICH-MOZART, Sonata K331- Mov.1, P.2

POGORELICH-MOZART, Sonata K331- Mov.2

POGORELICH-MOZART, Sonata K331- Mov.3, Marcha Turca

POGORELICH-BACH, Suite Inglesa No.2 BWV.807. P.1

POGORELICH-BACH, Suite Inglesa No.2 BWV.807. P.2

POGORELICH-BACH, Suite Inglesa No.2 BWV.807. P.3

BARENBOIM-BEETHOVEN, Sonata Op.31, No.3, Mov.1

BARENBOIM-BEETHOVEN, Sonata Op.31, No.3, Mov.2 e 3

BARENBOIM-BEETHOVEN, Sonata Op.31, No.3, Mov.4

segunda-feira, 18 de maio de 2009

MOZART - SONATA K 331 - ESCLARECIMENTO

Caros amigos,
infelizmente as postagens que fiz de Pogorelich tocando a Sonata K331 de Mozart, foram retiradas do YouTube para uso publico. Encontrei outra postagem do mesmo vídeo, mas só o Tema com as Variações. Para que todos possam ouvi-la integralmente, postei essa versão com Eschenbach. Os vídeos de Barenboim também foram retirados. Entrei em contato com o postador e espero que ele os libere. Tenho os DVDs originais, mas são protegidos por lei e só publico o que já foi liberado para internet.

ESCHENBACH

Eschenbach's parents were Margarethe (née Jaross) and Heribert Ringmann. He was orphaned during World War II. As a result of the trauma, he did not speak for a year, until he was asked if he wanted to play music. Wallydore Eschenbach (née Jaross), a cousin of his mother, adopted him in 1946. After the war, he studied the piano with his foster mother. He later studied piano with Eliza Hansen and in 1955 he enrolled at the Musikhochschule in Cologne, studying with Hans-Otto Schmidt-Neuhaus. At age 11, he had witnessed Wilhelm Furtwängler conduct, which had a great impact on him. In 1959, he started studying conducting with Wilhelm Brückner-Rüggeberg.[edit]Musical careerAs a pianist, Eschenbach has won numerous first-place piano competition prizes, including first prize in the Clara Haskil Competition in Vevey, Switzerland in 1965. In 1964, he made his first recording (of Mozart) for Deutsche Grammophon and signed a contract with the label. Eschenbach continued to study conducting with George Szell, with whom he worked for more than three years. In addition, Herbert von Karajan was his mentor for nearly twenty-five years.In 1981, Eschenbach became principal guest conductor of the Tonhalle Orchestra Zurich, and was chief conductor from 1982 to 1986. Other posts have included music director of the Houston Symphony Orchestra (1988-1999), where he now holds the title of Conductor Laureate; chief conductor of the NDR Symphony Orchestra, Hamburg (1998-2004); and music director of the Ravinia Festival, summer home of the Chicago Symphony Orchestra (1994-2005). He has made more than 80 recordings both as piano soloist, conductor, or both, has appeared in several television documentaries, and made many concert broadcasts for different European, Japanese and U.S. networks. Since 2000, Eschenbach has been the Music Director of the Orchestre de Paris. In May 2007, it was announced that Eschenbach would conclude his tenure with the Orchestre de Paris in 2010.[1]Eschenbach is credited with helping and supporting talented young musicians in their career development, including soprano Renée Fleming, pianists Tzimon Barto and Lang Lang, and soprano Marisol Montalvo

Eschenbach - Mozart, Piano Sonata K.331 in A Major - I Andante Grazioso. Thema. Variations I_VI (1/2)

Eschenbach - Mozart, Piano Sonata K.331 in A Major - I Andante Grazioso. Thema. Variations I_VI (2/2)

POSTAGEM ESPECIAL PARA MEU AMIGO JOSÉ PAULO CARNEIRO

Oi JP, como sei que você não conhece essa versão da Chaconne, aqui está um presentinho.
Espero que você goste.
Beijo.
Nádya

BACH - BUSONI - Chaconne BWV1004 - P.1

BACH - BUSONI - Chaconne BWV1004 - P.2

Johann Pachelbel - Compositor Barroco Alemão - Canon em Re M, descoberto e publicado nos anos 20 e gravado pela primeira vez em 1940.

Séculos se passaram, mas o Canon mantém a sua popularidade até os dias de hoje. O Canon escrito pelo compositor e organista alemão Johann Pachelbel atravessou fronteiras e ressuscitou em pleno século 20, mais precisamente a partir do início da década de 70. A obra influencia muitas peças da música contemporânea, inspira trilha sonora de filmes e é uma das mais tocadas em casamentos. Tudo isso justifica a opinião dos especialistas ao afirmarem que o Canon de Pachelbel é uma das mais conhecidas obras instrumentais de todos os tempos.Pachelbel foi um compositor prolífico. Sua música para órgão inclui 70 corais e 95 fugas para o Magnificat. Compôs considerável número de cantatas para a igreja luterana e sonatas para vários instrumentos, especialmente o violino. O respeitado organista manteve amizade com a família Bach. Exerceu influência nas obras do genial Johann Sebastian e foi professor de Johann Christoph, o filho mais velho do clã.Nascido na cidade alemã de Nuremberg, em 1º de setembro de 1653, Johann Pachelbel cresceu em uma região culturalmente ativa na época. Desde cedo, demonstrou talento e, incentivado pelo pai, iniciou os estudos com o músico Heinrich Schwemmer e, posteriormente, com o organista Georg Caspar Wecker. A excelente habilidade musical o levou, aos 15 anos, para a Universidade de Altdorf. Por lá, foi organista em Lorenzkirche, abandonando o cargo menos de um ano depois, por falta de dinheiro.Na primavera de 1670, matriculou-se no Gymnasium Poeticum, em Regensburg para prosseguir seus estudos de música com Kaspar Prentz, mestre que o apresentou à música italiana. Em 1673, Pachelbel decidiu voltar para Viena, onde passaria alguns anos como vice-organista da Catedral de Santo Estevão e depois, um ano como organista da corte em Eisenach, na Alemanha.Em junho de 1678, Pachelbel foi nomeado organista da Protestant Predigerkirche, em Erfurt, onde permaneceu por 12 anos. No decorrer deste período, alcançou sucesso extraordinário como organista, compositor e professor. Casou-se duas vezes. Ele perdeu a primeira esposa e o filho contaminados pela peste, em 1683, e casou-se novamente em 1684.Depois de deixar Erfurt em 1690, passou breves períodos como organista em Stuttgart e Gotha. No verão de 1695, voltou à sua Nuremberg natal para trabalhar os últimos 11 anos de sua vida, como organista na Igreja St. Sebald. Em 1699, produziu a importante coleção de seis árias, Hexachordum Apollinis, para órgão. Pachelbel Johann morreu, aos 53 anos, no dia 3 de março de 1706, mas acredita-se que ele tenha sido enterrado no dia 9.

PACHELBEL - Canon em Ré Maior

domingo, 17 de maio de 2009

quinta-feira, 14 de maio de 2009

IVO POGORELICH - Um Grande Artista

Ivo Pogorelich was born in Belgrade in 1958. He received his first piano lessons at the age of seven, and went to Moscow at the age of twelve to study at the Central Music School and then at the Tchaikovsky Conservatory. In 1976, he began intensive studies with the renowned pianist and teacher Aliza Kezeradze, with whom he was married from 1980 until her untimely death in 1996.
Ivo Pogorelich won the Casagrande Competition in Terni (Italy) in 1978 and the Montreal International Music Competition in 1980; but it was the prize he failed to win that made him world-famous. In 1980, he entered the International Chopin Competition in Warsaw, where his elimination in the third round sparked a fierce controversy and drew the attention of the whole musical world to the pianist.
Ever since his debut recital in New York's Carnegie Hall in 1981, Ivo Pogorelich has created a sensation with his performances in all the great concert halls throughout the world: in the US, Canada, Europe, Japan, South America and Israel. He has received invitations to play with numerous major orchestras such as the Berlin and Wiener Philharmoniker, all the London orchestras, the Chicago Symphony, Boston Symphony Orchestra, the New York Philharmonic and the Orchestre de Paris. Wherever and whenever he plays, his stunning interpretations of the music confirm the originality of his talent and intellect.
Ivo Pogorelich gives much back to the community by supporting many young musicians. In 1986, he established a foundation in Croatia to raise funds for scholarships for young artists to further their studies abroad. Since 1989, the annual Ivo Pogorelich Festival has taken place in Bad Wörishofen: the aim of the festival is to support promising young musicians at the beginning of their careers by giving them the opportunity of performing together with renowned artists. In 1993, the Ivo Pogorelich Piano Competition was held for the first time in California.
In 1994, the pianist set up a foundation in Sarajevo to raise money to build a hospital and to provide medical support for the people of Sarajevo. Numerous concerts are being planned over the next several years under the auspices of UNESCO. Ivo Pogorelich also gives many charity concerts in support of, for example, the Red Cross, the rebuilding of Sarajevo, or the fight against illnesses such as cancer and multiple sclerosis. In 1988, he was named a Goodwill Ambassador by UNESCO.
Since 1982 Ivo Pogorelich has recorded exclusively for Deutsche Grammophon. He has made over fifteen recordings with DGG, such as Mozart Piano Sonatas, Bach Suites, Liszt and Scriabin Piano Sonatas and the Tchaikovsky Piano Concerto No. 1. In 2006 DGG started publishing this material on DVD, beginning with Bach, Scarlatti and Beethoven, and will be publishing further material over the coming years.
In March 2007 the artist accepted the invitation extended by the Fryderyk Chopin Institute and gave a recital at the National Philharmonic in Warsaw after 26 years of absence in Poland.


Ivo Pogorelić in Youtube:

09:15
Pogorelić Ivo - Nocturne E-flat major op. 55 nr 2
Live in Piacenza 2005.
07:38
Pogorelić Ivo - Nocturne E major op. 62 nr 2
Live in Piacenza 2005.
08:40
Pogorelić Ivo - Prelude B-flat minor op. 28 nr 16
Live in Barcelona 1998.
01:03
Pogorelić Ivo - Prelude C-sharp minor op. 45
Recorded on 8th of June 1983 in Japan.
06:18
Pogorelić Ivo - Scherzo B minor op. 20
07:48
Pogorelić Ivo - Scherzo E major op. 54
10:59
Pogorelić Ivo - Sonata B-flat minor op. 35 1st movement
Recorded at the 1980 International Chopin Piano Competition.
05:55
Pogorelić Ivo - Sonata B minor op. 58 1st movement
Recorded on 8th of June 1983 in Japan.
09:49
Pogorelić Ivo - Sonata B minor op. 58 2nd movement
Recorded on 8th of June 1983 in Japan.
02:59
Pogorelić Ivo - Sonata B minor op. 58 3rd movement
Recorded on 8th June 1983 in Japan.
09:35
Pogorelić Ivo - Sonata B minor op. 58 4th movement
Recorded on 8th of June 1983 in Japan.
05:16
Pogorelić Ivo - Sonata B minor op. 58 4th movement
Live in Piacenza 2005.





POGORELICH-CHOPIN, Scherzo No.3, Op.39 - Concurso Chopin, Varsovia em 1980

sábado, 9 de maio de 2009

BLOG MELOMANIA: AMANDO A MÚSICA CLÁSSICA, de João Luís T. Prada e Silva. Leiam os artigos escritos por João Luís e saibam o porquê de aconselhá-lo.

Os Amantes da Grande Música ganharam mais um presente:

http://www.melomaniamusicaclassica.blogspot.com/

Aqui estão alguns de seus artigos:

Quarta-feira, 29 de Abril de 2009
Alemanha Estarrece
Se España marca, Alemanha estarrece. É realmente espantosa a capacidade germânica de produzir gênios nas mais variadas áreas da cultura mundial. A Alemanha é líder na Música, na Física e na Filosofia, e quando não é líder isolada, é pelo menos colíder.
O que fizeram Nietzsche, Leibniz, Kant, Hegel e Schopenhauer na Filosofia é comparável ao trabalho de Planck, Einstein e Heisenberg na Física. Para não cometer injustiça, equiparo a Física da Alemanha à da Inglaterra em termos de quantidade e qualidade de gênios — não temos como colocar os alemães abaixo ou acima da turma liderada por Newton, Faraday, Cavendish e Dirac. No que se refere à Matemática, talvez a Alemanha fique apenas atrás da França, berço seguro da maior dinastia de matemáticos do mundo — Laplace, Fourier, D'Alembert, Galois, Lagrange, Fermat, Cauchy etc. —, muito embora a Alemanha conte com o "Príncipe dos Matemáticos" em suas fileiras: o prodigioso Carl Friedrich Gauss, a quem muitos consideram o maior matemático de todos os tempos.Mas o blogue é sobre Música. Falemos, portanto, da supremacia alemã neste âmbito. Ou colocará alguém em dúvida a superioridade, nesta área, de um país que viu nascer nada mais nada menos do que Johann Sebastian Bach, Ludwig van Beethoven, Richard Wagner, Johannes Brahms, Georg Friedrich Händel, Felix Mendelssohn, Robert Schumann e Richard Strauss?Os dois primeiros costumam ser o centro de várias discussões, frutíferas e infrutíferas, que tentam decidir qual deles foi o maior compositor de todos os tempos, isto sem demérito aos que chegam a considerar Wagner como tal. Sou dos que depositam as fichas no gênio de Eisenach, mas respeito os adeptos do de Bonn, assim como os do de Leipzig, mas seja qual for o veredicto sobre o maior de todos, seja qual for a preferência ou a afinidade, é deveras estarrecedora a grandeza, o gigantismo, a colossalidade dos oito nomes que citei. E se quisesse mais citar, listaria diversos outros, ditos menores, desd'a Renascença até ao Moderno, como Schütz, Pachelbel, Telemann (se é que há sentido em rotulá-lo de "menor"), Gluck, Weber e Orff.Listei Händel entre os gigantes alemães porque alemão é o que ele era, embora radicado em Inglaterra e naturalizado inglês. O próprio Giacomo Meyerbeer, cujas óperas foram tão populares a seu tempo, também nasceu em solo alemão — em Berlim.Outros países intensamente musicais — no que se refere estritamente à Grande Música — são a Rússia, a Áustria, a Itália, a França e a Bohêmia, mas se compararmos a lista daqueles oito gigantes alemães com as listas correspondentes dos outros países, perceberemos que o vulto alemão é ainda mais alto e mais denso. A Áustria exerce uma cultura irmanada à alemã, inclusive compartilhando a mesma língua, mas dispõe das suas próprias peculiaridades, de modo que faz sentido separá-las nesta análise.Evidentemente, por mais critérios objetivos aos quais possamos apelar, há toda uma carga de subjetividade em afirmá-lo, mas é por demais tentador afirmar que Bach, Beethoven e Wagner foram os três maiores compositores de todos os tempos, com Brahms possivelmente a correr em 4º lugar. Todos alemães...Nem de longe ouso menosprezar as genialidades de um Monteverdi, de um Tchaikovsky, de um Mahler, de um Mozart, mas tudo leva a acreditar que as terras teutônicas foram de fato o maior celeiro de gênios musicais deste pequeno planeta.
Publicada por João Luís T. Prada e Silva em 8:22 4 comentários
Segunda-feira, 27 de Abril de 2009

España Marca...
O que se pode dizer do poder de sedução de um país que é capaz de levar um russo — Nikolai Rimsky-Korsakov — a compor uma peça inspiradíssima como a fantasia orquestral Capricho Espanhol, Op. 34, sem nunca àquele país ter empreendido uma única viagem? É a mesma sedução que induziu alguns vizinhos franceses a comporem outras homenagens musicais análogas — Emmanuel Chabrier e sua rapsódia Espanha; Georges Bizet e a sua ópera Carmen; Maurice Ravel e o seu celebérrimo Bolero.Sedução é, talvez, do ponto de vista estrangeiro, a mais característica marca psicológica do Reino de Espanha. O ibérico país é, possivelmente, o mais sensual e sedutor de todos os países europeus. E toda essa sensualidade sedutora reflete-se em suas danças típicas, na música nacionalista de seus compositores e na irresistível maneira como consegue inspirar e levar estrangeiros a realizar-lhe belas homenagens. Sim, o título deste post, que é o mote do Instituto de Turismo de España, é essencialmente verdadeiro: España marca. E marca até a quem nunca pôs os pés em terreno espanhol.No início, veio o castelhano Tomás Luis de Victoria (1548?-1611). Contudo, ele estava mais ligado à tradição musical litúrgica renascentista do que ao fandango andaluz ou à jota aragonesa. Era a época de Lassus e Palestrina; Tomás compunha ao estilo deste, e suas missas e demais composições sacras foram o bastante para auferir-lhe o título de maior compositor espanhol por muito tempo.
Mais de 300 anos separam Tomás Luis de Victoria do catalão Isaac Albéniz (1860-1909), o primeiro dos grandes nomes do Nacionalismo Espanhol. Depois houve outro catalão: Enrique Granados (1867-1916). Depois, veio o maior de todos, finalmente o nome a superar Tomás: o andaluz Manuel de Falla (1876-1946). Haveria ainda outros andaluzes, como Joaquin Turina (1882-1949); e nomes como Joaquín Rodrigo, Frederico Mompou e Francisco Tárrega, este um revolucionário da técnica da guitarra (muito pouca gente sabe que a indefectível Valsa que serve como toque padrão nos telemóveis da Nokia pertence à sua obra mais conhecida, chamada Gran Vals). Por sinal, a guitarra (viola ou violão, dependendo da região) tornou-se um dos instrumentos mais emblemáticos da Espanha, assim como as castanholas e os pandeiros. Há toda uma escola nacional de técnica da guitarra, e os maiores virtuoses do mundo despontaram dessa escola, nomes do calibre de Narciso Yepes, Andrés Segovia e Angel Romero.Entre as missas de Tomás e o piano mágico da Suíte Iberia de Albéniz houve aqueles que se radicaram em Espanha, como foi o caso de Domenico Scarlatti (1685-1757), assim como os citados estrangeiros que compuseram em homenagem e ela. Danças como o fandango andaluz, como a jota de Aragão/Navarra, como a sardana catalã, como a muñeira galega, como a redondilla castelhana, como o aurresku basco, como a danza prima asturiana, como o tão emblemático cante flamenco povoariam as composições tanto dos homenageantes quanto as dos mestres vindouros, já mesmo no terreno da Grande Música. São, em geral, danças ligadas intimamente à terra, seus sapateados e golpes de calcanhar interagindo diretamente com ela, os olhares dissimulados das dançarinas e as palmas das mãos em direção à terra. São provavelmente tais elementos que conferem tanta sensualidade às danças espanholas, em especial quando executadas por mulheres, parceiras que são, por assim dizer, da Mãe Terra. E, curiosamente, há elementos de misticismo que convivem bem com os da sedução — a típica circularidade da sardana catalã remete a antigos ritos solares.
Houve as zarzuelas, óperas-cômicas salpicadas de canções populares e improvisos, da qual falei aqui, muito populares na virada do Séc. XIX para o XX.Peças como a Suíte Espanhola, de Albéniz, as Danças Espanholas ou as Goyescas, de Granados, as Danças d'O Tricórnio ou as Noites nos Jardins de Espanha, de Manuel de Falla, as Danças Fantásticas, de Turina, os concertos de Rodrigo, os Impropérios, de Mompou, ou a mencionada Gran Vals ou os Recuerdos de la Alhambra, de Tárrega, são composições de um povo orgulhoso da sua nacionalidade; da sua hispanidade, especificamente. Podem-se emular peças espanholas, como bem o fizeram Rimsky-Korsakov e Chabrier, mas composições como as citadas neste parágrafo teriam que ser escritas por compositores necessariamente espanhóis, os filhos da terra.No entanto, seja filho da terra ou não; seja castelhano, catalão, galego, basco, aragonês, asturiano, estremenho ou andaluz; ou seja russo, francês, inglês ou italiano, o encanto da Espanha seduz a todos, visitantes e não visitantes, e ele pode ser facilmente verificado nas danças, nas melodias, nas harmonias e nos ritmos espanhóis. ¡Olé!
Publicada por João Luís T. Prada e Silva em 11:06 0 comentários
Sexta-feira, 24 de Abril de 2009

A Religiosidade e a Música
Sabemos todos que o berço da Música Ocidental é forrado de tecidos litúrgicos e religiosos. Já que não podemos, por razões de limitação histórica, reconstruir e reproduzir a música dos antigos micênicos, gregos e romanos, tomamos o Cantochão como o início cronológico da Música Europeia. A motivação essencialmente religiosa estava ali e manteve-se durante a evolução desse tipo de canto monódico na direção de formas polifônicas que atingiram extraordinárias complexidades na altura da Renascença. Canto gregoriano, motetos, hinos, missas, tudo composto — pelo menos "oficialmente" — sob o sopro da inspiração celeste.Cabem alguns questionamentos:1- Até que ponto a inspiração religiosa realmente interfere na ou alavanca a criação musical?2- Os músicos pós-renascentistas, ao criarem música sacra, estavam irremediavelmente sob inspiração religiosa ou eventualmente compunham este tipo de música apenas com o intuito de investir em formas consagradas?3- É possível a um ateu extrair o máximo proveito da Música Sacra?São questões interessantes e que creio valerem alguma especulação.Bem, parece-me suficientemente claro que o sentimento religioso é capaz de induzir um autor à composição de obras do mais alto quilate, e não apenas na campo da Música, mas no das demais artes também, como ocorre, verbi gratia, na Literatura, nas Artes Plásticas e na Arquitetura.
No caso musical, o exemplo mais forte é o de Johann Sebastian Bach (1685-1750), o Mestre dos Mestres, que declarava explicitamente estar "a serviço de Deus", que tudo o que compunha, sacro ou não, era para glorificar o "criador" de tudo o que existe. Ora, obras como a Paixão Segundo São Mateus, como a Missa em Si Menor, ou como o Oratório de Natal, ou como cada uma das suas cantatas sacras, deixam evidente a inspiração despertada pela religiosidade do gênio turíngio. Por outro lado, para quem tem dúvida de que a musicalidade de J. S. Bach não se deve exclusivamente à sua bem conhecida e profunda religiosidade, basta ouvir os concertos e suítes do período Köthen. Lá está a música dita "pura". Lá estão os 6 Concertos de Brandenburgo, por exemplo. Porém, que a religiosidade bachiana foi responsável pela austera e impressionante beleza da Paixão BWV 244, como negá-lo?Em relação à segunda pergunta, é o mesmo que perguntar: como saber exatamente qual o grau de religiosidade de um Beethoven, por exemplo — uma personalidade que creio hermética neste sentido —? A Missa Solemnis, Op. 123, é efetivamente música religiosa ou seria apenas música pura com motivo religioso? E os grandes oratórios de Mendelssohn? E o Um Réquiem Alemão de Brahms? E o Stabat Mater de Rossini? Naturalmente, a maioria desses compositores confessaram algum credo "oficial" — em geral, o do padrão ocidental: o Cristianismo —, mas, alguns deles devem ter fatalmente sido criaturas questionadoras a ponto de colocar em xeque a fé cristã e todos os artigos que tentam justificá-la por todos os meios. Insondável, de fato é conhecer até que ponto um grande compositor depositava créditos em Deus. A pouca tendência de um Sibelius na direção da Música Sacra pode dar pistas confiáveis.
Quanto a um ateu extrair máximo proveito da música sacra? Arrisco dizer: totalmente! A beleza sublime de um sem-número de composições sacras está anos-luz acima do que motivou o compositor a escrevê-las. A beleza de uma Missa em Si Menor, BWV 232, é algo universal, e transcende qualquer motivação cristã. Digo o mesmo da de um Réquiem de Fauré. Vou mais além: tolice seria o ateu exercer qualquer tipo de preconceito contra a música dita sacra: mesmo para uma pessoa sem altos graus de misticismo, a música pode ser sempre encarada como puramente música.E, para finalizar este monte de especulações, que questiona muito e não conclui nada, em verdade, em verdade vos digo: se me perguntassem, eu diria que a função mais nobre da religiosidade é — e tem de há muito sido — exatamente esta: a de inspirar artisticamente.
Publicada por João Luís T. Prada e Silva em 14:34 0 comentários
Quarta-feira, 22 de Abril de 2009

Quem foi? Johann Strauss Jr.
Um dos compositores mais lembrados pelo público não aprofundado nos esquemas da Grande Música, o vienense Johann Strauss Jr., nascido em 1825, é conhecido pelo apelido de "Rei da Valsa". O epíteto é, naturalmente, autoexplicativo, e é difícil, mesmo entre os leigos, quem desconheça o fato desse austríaco ter granjeado fama e renome mundiais graças às suas exuberantes valsas de salão. Por mérito e virtude de pena de Strauss Jr. — ou Strauss II, como se preferir —, a valsa vienense, que alegrou e embalou os luxuosos bailes no Palácio de Schönbrunn, em Viena, atingiu alcance mundial e tornou-se uma das danças mais populares e queridas de tantas quantas existam até hoje.Esta dança ternária vienense teve a sua origem em outras antigas danças austríacas ternárias, como o Ländler. Na época do apogeu do Império Austro-Húngaro — segunda metade do Séc. XIX — foi a dança e a música oficiais das aristocráticas personas de uma Viena pomposa e repleta de maneirismos e chiquezas.O próprio pai de Johann II foi um famoso e bem sucedido compositor e regente de valsas, na verdade um dos primeiros: Johann Strauss Sr., como o filho, obteve fama e prestígio, mas, por razões pessoais, não queria para este o mesmo destino na música e o mesmo estilo de vida: preferia que seguisse a carreira das Leis, por exemplo. Porém, a própria vocação familiar, que se desdobraria na direção de vários outros membros da família — Josef Strauss, Eduard Strauss, Oskar Strauss etc. —, falou mais alto e Johann II insistiu na carreira musical. Recrutou a sua própria orquestra, pegou a tinta e a pena e tornou-se o maior compositor de valsas de todos os tempos.As valsas orquestrais de Johann Strauss II — compôs mais de 200 — estão entre as peças ditas clássicas mais populares que existem. Trata-de de música extremamente cativante pela alegria espontânea — e ao mesmo tempo refinada — que exala, pelo otimismo, pelo tom absolutamente despreocupado e pela natural beleza melódica que os valsistas especialistas imprimiram à música; tudo sob a égide de um bem marcado compasso 3/4 que induz os circunstantes, indefectivelmente, a soltarem-se aos passos típicos da dança, ou ao menos a experimentarem tal impulso. A valsa vienense conquistou e manteve até hoje os seus ares de prosperidade, de aristocracia, de superioridade, de elitismo, e diversas cerimônias comemorativas ainda convocam esta dança maravilhosa e a música dos grandes valsistas.Se Johann Strauss II foi o "Rei da Valsa", a Danúbio Azul tornou-se uma espécie de rainha das valsas — virou trilha sonora até de filmes de ficção-científica —, a valsa definitiva e prototipada, mas a lista de seus trabalhos bem conhecidos não se limita a ela. Contos dos Bosques de Viena, Valsa do Imperador, Sangue Vienense, Rosas do Sul, Folhas da Manhã, Vida de Artista, Vozes da Primavera, são peças cujos ouvidos da maioria das gentes reconhecem sem maiores dificuldades.Contudo, Johann II não se limitou às valsas: compôs também uma série de polcas de salão — cerca de 140 —: a dança nacional da vizinha Bohêmia possui um caráter que combina bem com o da valsa austríaca. As mais célebres são a Tritsch-Tratsch-Polka e a Annen-Polka. Também escreveu um certo número de marchas e galopes.
A partir dos anos 1870 dedicou-se também às operetas: criou pouco menos de 20: pequenas óperas carregadas de humor e sátiras sociais. As mais populares são Die Fledermaus (O Morcego) e Der Zigeunerbaron (O Barão Cigano), frequentemente encenadas até hoje.Johann Strauss II, dono de grande carisma e de cativante personalidade, teve por muito tempo tratamento de pop-star. Realizou turnês internacionais — até mesmo aos Estados Unidos —, em que era tratado com a maior reverência. Sua figura esguia, elegante, aristocrática, sua cabeleira densa e escura proporcionaram-lhe muitas aventuras amorosas na corte do Império, mesmo tendo sido oficialmente casado três vezes. Sua presença nos luxuosos bailes, acompanhado de sua orquestra, era motivo de frissons. A sua saúde começou a debilitar-se graças ao excesso de aventuras sexuais e ao não menos excessivo trabalho. Mesmo assim logrou atingir os 73 anos, quando veio a falecer na mesma Viena natal.Apenas um aparte: há alguns desavisados que costumam confundi-lo com o Richard Strauss (1864-1949) de Munique, mas nem da mesma nacionalidade e nem da mesma família foram, sem falar que o Strauss vienense nasceu quase 40 anos antes. O caso é que o nome Strauss não é dos mais incomuns nos países germanófilos.
Publicada por João Luís T. Prada e Silva em 16:45 0 comentários
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