domingo, 22 de agosto de 2010

Queridos Amigos, pequenas observações sobre dois pianistas TÃO diferentes...

Acabei de chegar do Recital de piano de András Schiff.
Há muito tempo não ouvia um pianista tão refinado ao vivo.
Schiff tem uma riqueza de sons entre o f e o p surpreendente, apesar de achar seu perfil predominantemente camerístico, pois pelo menos nesse recital faltou-lhe o carisma necessário aos grandes solistas.
Sua interpretação de Schumann foi correta, sem grandes sonoridades nos ff, mas de um lirismo que poderia ser usado em Schubert. Faltou-lhe Paixão.
Sua grande interpretação foi na Sonata Aurora, ou Waldstein como também é conhecida, a clareza de toque o tempo exato e algumas novidades sonoras, fizeram do seu Beethoven a grande estrela da noite.

Ontem assisti ao Concerto da OSB tendo Andrei Gravilov como solista.
Que decepção!
A primeira parte foi dedicada a Prokofiev. Sem novidades.
Na segunda parte do concerto o desastre foi total.
O Concerto No.2 de Rachmaninov, teve a pior interpretação que já ouvi em toda a minha vida. O pianista simplesmente esqueceu que havia uma orquestra dividindo o palco e a música com ele.
Iniciou o primeiro movimento com tal velocidade, que seria impossível a orquestra acompanhá-lo.
Quando o maestro o "perseguia" e conseguia alcançá-lo, ele fazia "rubatos" e
tantas cenas exageradas, que a orquestra dava a impressão a todo momento que pararia de tocar tal a impossibilidade imposta pela execução pianística...
Esse pianista entretanto tinha de sobra o que faltou a Schiff: CARISMA!
O público delirou com seus ataques brutais ao piano, escalas e acordes cheios de erros, enfim um horror.

Estaremos condenados à mediocridade dos sábios vendedores de imagem?
Quando conseguiremos avaliar a qualidade da música que ouvimos e só dela?

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