Acabei de chegar do Recital de piano de András Schiff.
Há muito tempo não ouvia um pianista tão refinado ao vivo.
Schiff tem uma riqueza de sons entre o f e o p surpreendente, apesar de achar seu perfil predominantemente camerístico, pois pelo menos nesse recital faltou-lhe o carisma necessário aos grandes solistas.
Sua interpretação de Schumann foi correta, sem grandes sonoridades nos ff, mas de um lirismo que poderia ser usado em Schubert. Faltou-lhe Paixão.
Sua grande interpretação foi na Sonata Aurora, ou Waldstein como também é conhecida, a clareza de toque o tempo exato e algumas novidades sonoras, fizeram do seu Beethoven a grande estrela da noite.
Ontem assisti ao Concerto da OSB tendo Andrei Gravilov como solista.
Que decepção!
A primeira parte foi dedicada a Prokofiev. Sem novidades.
Na segunda parte do concerto o desastre foi total.
O Concerto No.2 de Rachmaninov, teve a pior interpretação que já ouvi em toda a minha vida. O pianista simplesmente esqueceu que havia uma orquestra dividindo o palco e a música com ele.
Iniciou o primeiro movimento com tal velocidade, que seria impossível a orquestra acompanhá-lo.
Quando o maestro o "perseguia" e conseguia alcançá-lo, ele fazia "rubatos" e
tantas cenas exageradas, que a orquestra dava a impressão a todo momento que pararia de tocar tal a impossibilidade imposta pela execução pianística...
Esse pianista entretanto tinha de sobra o que faltou a Schiff: CARISMA!
O público delirou com seus ataques brutais ao piano, escalas e acordes cheios de erros, enfim um horror.
Estaremos condenados à mediocridade dos sábios vendedores de imagem?
Quando conseguiremos avaliar a qualidade da música que ouvimos e só dela?
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